Estamos no mês da campanha de conscientização para a prevenção e o controle do câncer de mama, o Outubro Rosa, que foi criado em 1990 com o objetivo de compartilhar informações e proporcionar acesso a serviços médicos em busca do diagnóstico precoce da doença, para, assim, contribuir com a redução da mortalidade de mulheres vítimas desse tipo de câncer. E onde entra a saúde bucal nisso? A boca é uma porta de entrada do corpo humano, por isso, a saúde bucal influencia a saúde geral do organismo.
Os cuidados e o acompanhamento de profissionais da área da saúde devem ser redobrados quando se trata de pacientes oncológicos. Isso porque as terapias contra o câncer – como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia – podem provocar alterações na saúde bucal.
Alguns efeitos colaterais são comuns durante o tratamento, como a xerostomia e a mucosite. A xerostomia – aquela sensação de boca seca – é consequência da quimioterapia e radioterapia, já que tais terapias danificam as glândulas salivares, o que altera a produção de saliva, sendo este um dos sintomas mais comuns em pacientes oncológicos. Já a mucosite é uma inflamação que ocorre na parte interna da boca e na garganta e acaba gerando úlceras e feridas normalmente bem dolorosas. Cerca de 40% dos pacientes que estão em tratamento quimioterápico acabam desenvolvendo esse efeito colateral.
Durante todo o tratamento é importante fazer acompanhamento com o dentista; a higienização bucal, com escovações diárias e o uso do fio dental, não pode ser deixada de lado.
- O tratamento da mucosite bucal pode ser feita com soluções isotônicas e anti-inflamatórios.
- Devem ser usadas escovas macias para a higienização dos dentes; bochechos com antissépticos sem álcool são uma boa opção.
- Em casos de xerostomia, indicam-se saliva artificial (lubrificantes bucais) e manteiga de cacau para evitar possíveis feridas, que podem ser portas para infecções.
- O uso de aparelhos ortodônticos deve ser interrompido, para evitar infecções e sangramentos.
O ideal é que o tratamento odontológico se inicie antes do oncológico e que o dentista acompanhe o paciente enquanto durar a terapia contra o câncer. Uma equipe multidisciplinar é fundamental para que a terapêutica ocorra da melhor forma possível.