Quando um dente está pronto para nascer, ele provoca uma erupção no local em que ocupará na arcada dentária e, aos poucos, vai emergindo até tomar sua posição definitiva na boca. Geralmente, esse processo ocorre sem contratempos ou muito incômodo para a pessoa, porém, quando ocorre a inflamação na gengiva ao redor do dente que está nesse processo, mas ainda não conseguiu romper o tecido mole, esse quadro é chamado de pericoronarite.

Apesar de poder ocorrer em qualquer dente permanente, esse quadro está mais relacionado com o nascimento dos terceiros molares, os famosos sisos, principalmente quando seu surgimento se dá de forma lenta ou problemática para os outros dentes, o que ocorre com mais frequência nos sisos inferiores. Na maioria das vezes, a inflamação acontece quando o paciente não consegue higienizar essa área da boca de forma correta, o que favorece o surgimento de placa bacteriana e o acúmulo de alimentos nas partes de difícil acesso. Outras causas incluem trauma na gengiva ao redor desse dente e sulco entre a coroa do dente e a gengiva.

Os principais sintomas relacionados com a pericoronarite costumam ser mau hálito, dor na região (que pode começar moderada e piorar rapidamente), dificuldade para mastigar ou engolir, sangramento da gengiva e dor que irradia para o ouvido e a cabeça. Em casos mais graves, o paciente pode vivenciar também formação de pus na área afetada, aumento do tamanho dos gânglios no pescoço e episódios de febre.

Quando o paciente tiver um ou mais desses sintomas, é indicado que ele busque a orientação de um dentista. O profissional vai avaliar a gravidade do quadro e indicar o melhor tratamento, que, na maioria das vezes, tende a ser o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios enquanto a causa é tratada. Em casos mais graves, pode haver a indicação de gengivectomia, cirurgia para a remoção do excesso de gengiva na área da pericoronarite, ou extração dentária.